sábado, 3 de setembro de 2011

Ela não era apenas mais uma no meio de todas aquelas outras garotas, e ela sabia disso. Ela era diferente. Gostava do que ninguém conhecia, odiava as coisas comuns. Ela gostava de rock, blues, mpb enquanto as outras se derretiam por aquelas bandinhas sem sal. Ela passava suas madrugadas escrevendo, dormindo, compondo canções enquanto as outras iam para balada dançar ao som de músicas que ela jamais dançaria. Ela passava noites chorando e no outro dia disfarçava com olhos pretos, pesados e seu batom vermelho cor de sangue. A chamavam de estranha. E ela gostava disso. As vezes machucava, as vezes ela se sentia fora do mundo, mas na verdade sabia que isso era bom. Isso era ótimo. Ela sabia que ser igual a todos não era legal. Ela sentia nojo de gente comum. As pessoas julgavam-na por ser assim.Impunham rótulos por ela ser ela mesma. Diziam que ela não era quem dizia ser. Eles queriam que ela se sentisse mal, mas seu coração estava fraco demais para se importar. Muitas vezes, ela passava despercebida, como se fosse invisível. E ela adorava isso. Adorava não ser notada, poder observar as pessoas sem que ficassem incomodados, afinal ninguém se lembrava de sua existência. Seu all star não saia de seu pé, seus fones de ouvido eram seus melhores amigos. E assim ela seguia, sozinha, mas sabia que um dia encontraria alguém tão diferente quanto ela, e que seria capaz de preencher o vazio que se encontrava em sua alma.

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