segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal… Quando se vê, já terminou o ano… Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado… Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas… Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo… E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
                                                             - Mário Quintana -
Mais uma. É, mais um temporal, uma tempestade pra passar, tentar se molhar o menos possível, e se proteger do aguaceiro com apenas uma folha de papel. Enfrentar poças d'água, enrugar seus pés, e sair com medo, sabendo que a qualquer momento poderá ser alvo de um raio, ou simplesmente tomar um banho de graça por um carro que passa ao lado da poça pela qual você tentava se molhar o menos possível. 
Mais umas. É, mais umas perguntas: Por que tudo isso? Pra que enfrentar tudo isso? Por que não sair seco da chuva?
Dificuldades, feridas, objetivos. Tudo isso apenas por objetivos, tudo isso apenas por sonhos. Sonhos pelos quais valem a pena passar por dificuldades, se molhar, tomar banho de graça com água suja, se assustar com um raio e assustar quem está a sua volta. As dificuldades são nada mais do que aquele ser que pergunta pra nós: "Vai evoluir, ou quer se acomodar? Essa escolha só depende de você". As feridas, por início são como "obstáculos bônus", os raios a que estamos susceptíveis, mas que se tornam presentes, e lembranças de uma vitória onde você foi o herói, e é impossível não sair marcado, é impossível não sair molhado da chuva.
Enfrentar. Um verbo pra todos, decisão de poucos. Passar pela chuva é inevitável, mas pode ser precioso, só tem que valer a pena
Numa tarde preguiçosa, aos setenta e nove anos eu levantei de minha poltrona o mais rápido que pude – ou no caso, o menos devagar que eu consegui – e arrastei meus pés cansados até o sofá onde você fazia o seu crochê. Estendi minha mão cheia de rugas e veias e manchas e tremor. E você, como um espelho, me estendeu a sua com as mesmas rugas e veias e manchas e a típica tremedeira. Estava tão linda quanto à primeira vez que a vi. “A beleza está nos olhos de quem vê, Querido”, você me disse a cinqüenta e oito anos atrás. Me olhou com estranheza e surpresa. Com aqueles olhos de menina que sempre teve. “Você tem olhos de gato” eu brincava. E olha que nem de gato eu gostava. Mas depois que a conheci eu quis ser um, apenas pra poder desfrutar das sete vidas que ao seu lado eu teria. Mas como eu não era um e tampouco tinha sete vidas, procurei valer cada segundo daquela que eu tinha, e olha, eu até que não me decepcionei. Você se levantou tão devagar quanto eu. Por entre os fios soltos que charmosamente caiam em mechas formando uma franja na fronte daquele rosto que eu amava da mesma forma que amei naqueles Maios e Junhos e Julhos e Dezembros e Abris depois que a minha vida pela sua passou. Beijei sua testa com as mesmas rugas da mão que eu ainda segurava. Afastei para detrás das orelhas aqueles cabelos brancos que outrora foram azuis e roxos e rosas e loiros e vermelhos e antes disso também brancos, que faziam tanto sucesso. Apoiei uma mão em suas costas e continuei segurando a outra. Arrastei os pés de um lado para o outro, evitando assim pisar em um dos seus pés como fiz na sua festa de quinze anos, lembra? Eu dancei da mesma forma, alguns quilômetros por hora a menos dessa vez, mas ainda foi do mesmo jeito: duro e desengonçado. Aquela valsa, agora sem música nenhuma. Você riu e perguntou o que tinha dado em mim. Eu disse que não era nada, apenas que eu ainda era aquele garoto de sempre, que fazia declarações do nada e que ainda era muito piegas, mais do que antes, disse também algo relacionado aos anos que se passaram e que eles foram responsáveis por esse meu sentimentalismo exagerado. Você sorria e entre uma frase e outra me chamava ainda daquele apelido de quatro letras que eu por tantas vezes quis tatuar no corpo. E por fim lhe expliquei que aquilo era apenas uma dança. E que tão velho, dançar com a pessoa que eu amava naquele momento era a coisa que mais me faria feliz no mundo. Pronto, eu estava realizado, ali, em seus braços eu poderia dançar para sempre e nunca mais reclamaria das dores nos pés, nem da osteoporose e nem dos tênis apertados. Dançar pelo resto da minha vida até que um dia eu deixasse esse mundo para ser eterno assim como o nosso amor. Morrer era algo que eu temia tanto quando jovem e naquele dia eu conheci a única verdade sobre a morte: que morrer ao seu lado seria um jeito divino de morrer.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Passei a me questionar. Não se trata de sorte quando você encontra no seu caminho alguém que realmente se importa com você. E realmente não é. Hoje eu só queria fechar os olhos com a certeza de que ao abri-los nada estaria diferente, que os sentimentos continuariam no mesmo lugar. Não consigo mais acreditar na idéia de que tudo vai ser perfeito sempre. Foi o que eu aprendi. Às vezes eu me perco no meio de tanto sentimento. Tem me faltado espaço pra sentir outras coisas. Não consigo viver de incertezas, elas já não me satisfazem mais. É estranho sentir que nada mais faz sentido. É que e as vezes eu sou tomada por uma incerteza, que eu não sei explicar. Isso não me faz bem. Na verdade eu não sei mais o que pensar. Definitivamente não sei.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

“Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância, e só existe aquele momento.”
                                               - Paulo Coelho, O Alquimista -
“Eu erro. Perco a paciência e me estresso facilmente. Choro por besteira e dou risada do nada.”
            - Clarice Lispector -
Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: quanto tempo?
                            - Alice no País das Maravilhas -
“Quero gritar porque não tenho ninguém com quem conversar.”
                                                - Blair Waldorf -
“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”
                                            - O Pequeno Príncipe -

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